As deformidades dento-faciais na perspectiva da cirurgia ortognática.

Autor : Giordano Baseggio

11

A cirurgia ortognática é realizada para a correção das deformidades dento-faciais. Nesses casos, os maxilares (maxila e mandíbula) não se encontram posicionados corretamente, resultado, ou de um crescimento desordenado dos ossos da face (causa genética), ou de algum trauma facial. O desequilíbrio na face gera problemas funcionais, estéticos e insatisfação pessoal. Os pacientes podem apresentar alterações no sorriso e na oclusão (encaixe dos dentes), dificuldade na articulação das palavras, dor e degenerações nas articulações têmporo-mandibulares, alterações respiratórias, entre outras.
O ortodontista e o cirurgião bucomaxilofacial deverão trabalhar em conjunto para determinar se você é um candidato para este tipo de cirurgia. O procedimento está indicado quando o tratamento ortodôntico (aparelho dentário) isolado for inviável (casos médios e severos de deformidade), o que resultaria em instabilidade do tratamento e desequilíbrio ósseo dentário.
É fundamental, para um bom resultado cirúrgico, a realização de um adequado planejamento por parte do ortodontista e do cirurgião bucomaxilofacial. Esses profissionais realizarão uma detalhada avaliação das condições funcionais e estéticas dos dentes e maxilares, a fim de estabelecerem o plano de tratamento. Dessa forma, antes da cirurgia, será iniciado o preparo ortodôntico (uso de aparelho dentário) para a correção do posicionamento (nivelamento e alinhamento) dos dentes dentro de suas bases ósseas. Após essa etapa, se definirá o planejamento cirúrgico para o posicionamento adequado dos ossos maxilares entre si. O preparo ortodôntico requer tempo e paciência. A mordida nesta fase tende a piorar, mas isso é temporário e importante para o sucesso da correção cirúrgica meses depois.
A grande maioria, das cirurgias ortognáticas é realizada em ambiente hospitalar, sob anestesia geral. A sedação endovenosa e a anestesia local conjugadas podem ser utilizadas em casos específicos, de menor complexidade, (expansão maxilar orto – cirúrgica). O paciente consultará obrigatoriamente um anestesista para informações e esclarecimentos a respeito da anestesia geral ou da sedação endovenosa. Durante a cirurgia, realiza-se o devido reposicionamento dos ossos da face, que são fixados com placas e/ou parafusos de titânio, permitindo aos pacientes movimentos de abertura e fechamento da boca logo após o procedimento (antigamente o paciente necessitava de imobilização por 45 dias). A duração da cirurgia dependerá da complexidade do caso (normalmente de 2 a 5 horas). O procedimento é realizado por dentro da boca, sem a existência de cicatrizes na pele.
O paciente, ou recebe alta hospitalar no mesmo dia da cirurgia, ou permanece hospitalizado por cerca de 24hs, quando então continua sua recuperação em casa.    Atualmente, com o avanço das técnicas cirúrgicas e dos materiais de fixação alcança-se uma recuperação mais rápida e confortável. A recuperação é gradativa, sendo necessário, em média, repouso domiciliar de 10 dias.
O paciente retornará ao ortodontista para a finalização ortodôntica cerca de, 3 meses  após a cirurgia, a fim de realizar o refinamento do posicionamento final dos dentes.
Por fim, a cirurgia ortognática, pode causar um impacto extremamente favorável na qualidade de vida dos pacientes, pois recupera a função, a estética e, principalmente, a autoestima, possibilitando um melhor convívio social.